Rodas de conversa com gosto de prosa na calçada. São assim os encontros online promovidos pela Secretaria da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos com o Projeto Diálogos entre Mulheres e Homens pela Harmonia Familiar, desenvolvido pela Secretaria Executiva de Políticas para Mulheres. No primeiro encontro, que iniciou com sessão de terapia integrativa e reuniu um público de 100 pessoas, foi discutido o tema “Saúde Mental em Tempos de Pandemia”, conversa que continuará na próxima sexta-feira (8), às 15h, com mediação do psiquiatra e criador do método da terapia integrativa, Adalberto Barreto, junto da secretária-executiva de Políticas para Mulheres da SPS, Denise Aguiar e da terapeuta comunitária Fátima Tibiriçá. O projeto, que inicialmente se estende até o fim deste mês, contempla debates sobre violência doméstica, gênero e diversidade.
“Nós, que estamos à frente das políticas públicas para mulheres no Ceará, articulamos este projeto para chegar às casas, conversar com as pessoas sobre o estado emocional em que se encontram, suas dores, seus anseios, para que assim possamos atenuar essa tensão coletiva que chega a todos nós e afeta principalmente as mulheres e os públicos mais vulneráveis. Queremos que as famílias entendam, por exemplo, que sobrecarregar uma mulher entre os cuidados com os filhos, a casa e home office é também um tipo de violência e não podemos jamais naturalizar algo assim. Precisamos de muita empatia, cuidado com o outro e consigo mesmo para atravessar esse período de confinamento”, ressalta Denise Aguiar.
Adalberto Barreto conduziu o primeiro encontro a partir de perguntas e da chamada escuta ativa, ouvindo quem desejou contar sobre seus medos e anseios neste período de confinamento. “No isolamento tudo se intensifica, o medo, a ansiedade, a culpa, o estresse e nós não precisamos nem devemos carregar o peso de tudo isso sozinhos. A terapia integrativa comunitária funciona a partir da troca, todos podem falar e também devem ouvir. Na sessão terapêutica primeiro nós ouvimos, depois comentamos o que foi dito e refletimos sobre o que podemos fazer para mudar o que não nos agrada”, explica o psiquiatra.
As rodas de conversas são como bate papos entre amigos, com músicas, desabafos, declarações de afeto entre os que não podem estar próximos da família e encontram neste espaço um alento, um respiro em meio ao confinamento. Para a terapeuta comunitária, Fátima Tibiriçá, que também participará da segunda roda de conversa, a alma é comunitária. “Somos todos parte de uma coisa só e quando destruímos o planeta ou agredimos alguém com ações ou palavras estamos também nos machucando. É tempo de olhar para dentro e perceber o que precisamos mudar, o que tem causado dor ao planeta e a nós mesmos. Estes questionamento nos levam às respostas que precisamos”, reflete.
A SPS promoverá outros encontros, com os temas comunicação não-violenta, experiências terapêuticas em grupos com enfoque de gênero, e diversidade na família. Para entrar na roda de conversa é necessário ter o aplicativo Zoom no computador ou celular e inserir o ID e a senha que serão disponibilizados para cada reunião. Para acessar a roda de conversa desta semana utilize o ID: 862 6316 5056 e a senha: tci