“A prática sexual sem o uso de preservativos é responsável por mais de 95% dos casos de contaminação no mundo”, alerta o médico infectologista Érico Arruda, do Hospital São José (HSJ), do Governo do Ceará. A falta de regularidade no uso da camisinha expõe o indivíduo ao vírus HIV e a Aids.
Diferente de outros vírus, o HIV não pode ser expulso do organismo. O período de incubação do vírus varia de três a seis semanas e seus primeiros sinais podem ser ignorados por serem semelhantes aos da gripe, como febre e mal-estar. E logo após a contaminação, o indivíduo pode transmitir para outras pessoas.
O entendimento sobre a doença e sua gravidade facilita a prevenção. No caso da Aids e do HIV, esse entendimento é importante. Apesar da correlação direta entre uma e outra, aids e HIV têm um contexto diferente. Uma pessoa portadora do vírus HIV não necessariamente terá aids. “A pessoa com HIV positivo é portadora do vírus e pode viver anos sem apresentar sintomas ou desenvolver a doença, Aids. A aids por sua vez, é a doença causada pelo vírus do HIV em seu estágio mais avançado. Ou seja, acontece quando a pessoa infectada com o vírus do HIV tem o seu sistema imunológico fragilizado e as células de defesa não conseguem impedir sua manifestação”, explica Érico.
A manifestação do vírus pode se dar ainda de três maneiras: vertical, transmitida na gravidez da mãe para o filho; a parenteral, que acontece através do uso de seringas compartilhadas para o uso de drogas intravenosas e a ocupacional, que é aquela adquirida pelo profissional da saúde no ambiente de trabalho. “Esta última, a ocupacional, tem menos de 200 casos comprovados no mundo”, reforça o médico.
Prevenção
A principal forma de prevenção é a prática de sexo seguro, com o uso de camisinha. “Evitar a multiparceria, a exposição sexual em que a pessoa desconhece a situação sorológica do parceiro ou parceira são formas de evitar o contágio. Mas a principal é o uso do preservativo. É sem dúvidas a intervenção mais consistente, mais robusta, já que as outras duas nem sempre podem ser averiguadas”, reforça o médico.
Além dos métodos citados existe ainda a prevenção medicamentosa. São duas maneiras diferentes e estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). “A PEP, (Profilaxia Pós-Exposição), indicada após a prática de sexo desprotegido. A medicação deve ser tomada em até 72 horas após a exposição, por 28 dias. E a PrEP (Profilaxia Pré-exposição ao HIV), um método mais novo e indicado para aquelas pessoas que já se reconhecem em risco, que por várias vezes se expuseram à prática de sexo inseguro”, explica.
Os medicamentos estão disponíveis na rede pública de saúde. “Para a PEP não há restrição, basta que o usuário procure uma unidade de saúde, em geral uma UPA, onde será feito o encaminhamento para as unidades responsáveis. A Prep é uma estratégia recente, que tem ainda alguma restrição, e é indicada para aquele indivíduo que já fez uso PEP várias vezes, se reconhece em risco, que por inúmeras vezes têm relações sexuais sem preservativo, não possui apenas um parceiro ou parceira sexual.” explica.
Diagnóstico
A expectativa de vida aumenta bastante quando a sorologia é identificada logo no início. O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito a partir dos testes rápidos, disponíveis nas unidades básicas de saúde. “O exame é indicado para todos que tem vida sexual ativa”, complementa Érico.