Um grupo de pescadores e marisqueiras faz uma caminhada na Avenida Sete de Setembro, em Salvador, na manhã desta sexta-feira (22), por causa do não recebimento do seguro-defeso e contra a situação das manchas de óleo que atingem o litoral nordestino. A informação foi confirmada 18º Batalhão de Polícia Militar (BPM). O trânsito está intenso na região ,mas, por volta das 11h30, a situação já estava normalizada.
Conforme os pescadores, eles também estão preocupados em não receber o seguro-defeso que está previsto para ser pago pelo governo federal neste mês de novembro.
Conforme o 18º Batalhão de Polícia Militar (BPM), o grupo saiu da região da Praça do Campo Grande e, e seguiu pela Avenida Sete de Setembro. As pessoas usaram cartazes e falaram palavras de ordem. “Marisqueiras, pescadores e quilombolas em defesa dos direitos”, dizia um dos cartazes.
De acordo com a Superintendência de Trânsito do Salvador (Transalvador), o trânsito ficou intendo na região entre 9h e 11h, depois que a caminhada ocupou todas as faixas da via.
Além de funcionários da Transalvador, agentes da PM estiveram no local prestando atendimento e administrando o fluxo de veículos. Após a caminhada, os pescadores seguiram para a sede da Superintendência Federal de Agricultura, localizado no largo dos Aflitos, na capital baiana.
Voluntários coletam óleo em Morro de São Paulo, na Bahia — Foto: Bruno Arndt
O Ministério Público Estadual (MP-BA) instaurou procedimento para atender demandas apresentadas por pescadores e marisqueiras das comunidades baianas atingidas pelo vazamento de óleo no litoral do estado.
Conforme o MP, o procedimento foi encaminhado pela coordenadora do Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos (Caodh), promotora de Justiça Márcia Teixeira, para as coordenações do Grupo de Atuação Especial de Proteção aos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) e do Centro de Apoio Operacional da Defesa da Saúde Pública (Cesau) para que adotem as devidas providências.
Segundo o órgão, os representantes de comunidades de pescadores e marisqueiras apresentaram as demandas na quinta-feira (24), por meio de uma carta aberta com relatos dos prejuízos enfrentados por eles.
Os pescadores e marisqueiras solicitaram que seja analisada a qualidade da água e do pescado nas comunidades para verificar se existe ou não contaminação e pediram a criação de um seguro especial para ajudar a minorar os prejuízos provocados pelo vazamento.
A substância começou a aparecer na Bahia no começo de outubro. Ao menos 31 cidades baianas e o Parque Nacional de Abrolhos já foram atingidos. O Governo do Estado decretou situação de emergência.