Cearense de 115 anos, uma das pessoas mais velhas do mundo, já passou até por “doença sem cura”

O dia 22 de outubro de 2019 marcou mais um aniversário da dona Francisca Celsa dos Santos, moradora do bairro da Messejana, em Fortaleza. Foi a 115ª vez que a idosa celebrou o nascimento, uma a mais que a também cearense Noeme da Silveira, a quem os parentes reivindicam o título de ‘mulher mais velha do Brasil’.

A cearense pode ser considerada uma das pessoas vivas mais velhas do mundo. Atualmente, o título é da japonesa Kane Tanaka, com 116 anos e 320 dias, segundo a Gerontology Research Group (GRG), entidade indicada pelo Livro Guinnes de Recordes para validação de idades.

A cearense Francisca Celsa, natural de Cascavel, tem sua rotina regrada em repouso contínuo e alimentação à base de suplementos alimentares. Doméstica até a aposentadoria, a idosa é cuidada diariamente por uma de suas três filhas, Nazete Monteiro, de 73 anos, que seguiu a mesma profissão da mãe.

“Ela não dá trabalho, fica só deitadinha, vira de um lado para o outro. A gente só tem que dar banho e alimentar. É como uma criança” afirma a filha. Além de Nazete, a idosa teve mais cinco filhos. Atualmente, porém, apenas três ainda estão vivos.

Apesar da idade avançada, dona Francisca não possui doenças graves. O acompanhamento clínico da idosa é feito pelo neto, Luzinei Monteiro, que é médico. Ela não toma remédios controlados e raramente fica doente, conforme garante a filha. Desde 2012, ela não consegue mais andar, mas a limitação veio por conta da idade avançada, não por enfermidade.

Momento delicado

Nem sempre, porém, a vida de dona Francisca foi tão tranquila no quesito saúde. Aos 85 anos de idade, ela foi diagnosticada com um tumor maligno. Nazete conta que os médicos chegaram a perder as esperanças pela vida de sua mãe, mas a família usou a fé católica de dona Francisca para não desistir.

“Como ela já estava desenganada, nos recusamos a interná-la e levamos para casa. Uma noite, eu acordei e ela estava procurando o terço para rezar. Depois disso eu rezei junto, mesmo sem ser muito religiosa na época. Tratamos a doença com alguns remédios caseiros e não voltamos mais aos médicos, e ela está viva até hoje”, relata a filha sobre o processo de cura da mãe.

Hoje, 30 anos depois, dona Francisca goza da tranquilidade de passar o dia repousando e se alimentando à base de leite e suplementos alimentares, enquanto é assistida de perto pelas filhas, frutos de um casamento que terminou em 1978, quando ela ficou viúva.

No último dia 22 de outubro, ao completar 115 anos, a idosa chegou, inclusive, a cantar parabéns para ela mesma junto com os convidados, em um dos sinais de lucidez que ela consegue passar para a sua família.

Fonte: G1.com