“Pensei que era brincadeira, mas era verdade”, disse Paulo Bezerra Martins, pai do estudante universitário Davi Sampaio, que ficou preso nos escombros do Edifício Andrea, que desabou na manhã desta terça-feira (15) no Bairro Dionísio Torres, em Fortaleza.
“Meu filho me ligou dizendo que estava indo para a faculdade e eu desejei tudo de bom para ele e disse que ele fosse com Deus. Só passou três minutos quando ele me ligou de volta dizendo que estava debaixo dos escombros. Eu não acreditei pelo impacto, pois eu tinha acabado de falar com ele. Pensei que era brincadeira, mas era verdade”, relatou.
Segundo Paulo Martins, o estudante pediu para que ele o salvasse. “Ele me ligou e disse: ‘papai, ligue para os bombeiros e me salve’. Eu corri, peguei o carro e quando cheguei lá, já tinha polícia, bombeiros e a maior confusão do mundo”, contou o morador do edifício.
Em entrevista ao G1, Paulo disse que Davi está bem e que recebe atendimento em um hospital. “Ele foi medicado e está fazendo um raio-x. Está bem.”
O advogado havia saído de casa para sacar dinheiro em uma agência bancária para pagar o condomínio e a taxa extra da reforma, no momento em que o prédio desabou.
De acordo com o morador do edifício, um engenheiro que também mora no prédio comentou com ele que a obra estava incorreta. “Ele me disse que no prédio de um colega dele, demoraram 60 dias para fazer o que foi feito aqui em poucos dias desde o começo da obra. Segundo Paulo Bezerra, as obras começaram na última segunda-feira (15).
Testemunhas relatam que viram moradores dentro do edifício Andrea no momento do desabamento. Logo após a construção ruir, pessoas foram vistas correndo para longe do condomínio. A nuvem de poeira formada pela queda do prédio pode ser vista no vídeo acima.
Uma ex-moradora do prédio contou ao G1 que a construção tem mais de 40 anos e passava por reforma. A estrutura tinha sete andares e dois apartamentos por andar, segundo ela.
Um vídeo feito no condomínio nesta segunda-feira (14) mostra a situação precária das colunas de sustentação do edifício. Segundo testemunhas, o prédio estava em obras. Em um grupo de WhatsApp, moradores relataram preocupação com reforma realizada no local.
Fonte: G1.com