Um levantamento realizado pela Universidade Johns Hopkins dos Estados Unidos, em parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC), aponta que a cada cinco veículos nas ruas de Fortaleza, um excede o limite de velocidade. O dado é ainda mais preocupante quando os números envolvem motociclistas. Um em cada três condutores desrespeitam a regulamentação.
“Esse dado é muito preocupante porque, segundo diversos estudos internacionais, a velocidade é o que mais ameaça a vida das pessoas., em particular os pedestres, mas também todos os usuários de uma maneira geral”, explica o secretário executivo de Conservação e Serviços Públicos de Fortaleza, Luiz Alberto Saboia.
Consequências de um atropelamento
Um estudo realizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) compara o impacto de um veículo no corpo de uma pessoa em diferentes velocidades com a queda livre de um edifício. Em caso de um atropelamento realizado por um veículo a 80 km/h, os danos causados ao corpo humano seriam equivalentes a uma queda do 9º andar de um prédio, praticamente anulando as chances de a vítima escapar com vida. Já se o veículo estiver a 50 km/h, as chances de sobrevivência seriam maiores, similares a uma queda do 4º andar.
Ao longo de 2018, foram registrados 226 óbitos decorrentes de acidentes de trânsito em Fortaleza, um número 40% menor do que as 377 mortes em 2014. A taxa de mortalidade por 100 mil habitantes, usada para comparar os índices entre cidades e países do mundo, caiu de 14,7 para 8,6 no mesmo período.
Ainda de acordo com a OMS, a taxa de mortes por 100 mil habitantes do Brasil em 2016 foi de 19,7. No mesmo período, a Suécia e a Dinamarca, consideradas referências mundiais, registraram respectivamente índices de 2,8 e 4,0 mortes por 100 mil habitantes. Em 2017, os acidentes de trânsito representaram um prejuízo de R$ 590 milhões, apenas em Fortaleza.
O médico e cirurgião do trauma do Instituto Doutor José Frota (IJF), Daniel Lima, explica que as lesões nos órgãos internos do abdômen, crânio, bem como o rompimento de tecidos musculares e dos ossos são comuns em vítimas que chegam todos os dias ao hospital.
“Nos atropelamentos, a energia do impacto causa danos terríveis ao corpo humano e, quanto maior a velocidade, mais grave o trauma, que muitas vezes leva à morte da vítima ainda no local do acidente”, explica.
Os pedestres são o segundo grupo que mais é vítima no trânsito, representando um total de 39,8% do total de mortes em 2018.
Campanha educativa
Com objetivo de prevenir acidentes e chamar atenção para o respeito aos pedestres e aos limites de velocidade, a prefeitura de Fortaleza, lançou na manhã desta quarta-feira (4), uma campanha educativa para reduzir os números de acidentes envolvendo motoristas e pedestres. A campanha tem o apoio da Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária Global.
A campanha será veiculada em emissoras de TV, rádio, jornal impresso e nas redes sociais. Vão participar da abordagem educativa agentes da Autarquia Municipal de Trânsito (AMC) e Guarda Municipal.
Fonte: g1.com