Projeto de faculdade constrói oficina de costura em comunidade quilombola no RN

Alunos de uma faculdade privada de Natal vão construir uma oficina de costuma na comunidade quilombola Acauã, que fica na cidade de Poço Branco, interior potiguar. Os estudantes do curso de Engenharia de Produção da Faculdade Estácio vão viabilizar a construção da oficina, batizada de “Fábrica dos Sonhos”, através de um projeto de extensão.

“Eu tenho um sonho de trabalhar com artesanatos para festas, mas me sentia limitada, pois outros tinham equipamentos e eu não. Agora, com a vinda do projeto, tenho perspectivas para o futuro, porque sei que poderei aprender mais e também teremos equipamentos de costura disponíveis”, relata Rosineide Santana, de 32 anos, natural do quilombo, que não tem emprego formal atualmente.

Rosineide, que até hoje sempre atuou como empregada doméstica, diz que não sente a valorização do trabalho das mulheres da comunidade, com os artesanatos e costura, e que as oportunidades de emprego são de difícil logística, pois se concentram na capital.

Estes fatores contribuíram para que as mulheres se acomodassem e ficassem ociosas na comunidade. O quilombo Acauã tem atualmente com cerca de 300 pessoas. “Agora teremos empregos aqui dentro, no quilombo, e isto é muito melhor. Teremos ocupação, poderemos ajudar na renda de casa e ainda ficaremos perto dos filhos”, acrescenta Rosineide Santana.

Segundo a Estácio, o projeto já conta com máquinas de costuras doadas à comunidade e um prédio também cedido para a oficina. Com o auxílio de uma equipe de professores e alunos do curso de Engenharia Civil, da mesma faculdade, foi elaborado o projeto de reforma, alinhado ao plano do processo de produção – para que a estrutura facilite a dinâmica da fábrica.

O projeto surgiu por meio do intermédio da ONG Semear Acauã, que já exerce atividades no quilombo. “Nossa ideia é estender este projeto, abrangendo outras áreas e locais”, relata o missionário da ONG, Ronaldo Macedo.

Projeto de extensão

O nome do projeto de extensão é Gestão da produção na comunidade quilombola Acauã. Ele é coordenado pela professora Larissa Almeida e tem com a participação dos alunos dos últimos períodos do curso de Engenharia de Produção.

Durante o primeiro semestre de 2019, o grupo de estudantes visitou periodicamente o local para avaliação da estrutura e planejamento das ações. Segundo a coordenadora do projeto, o trabalho dos moradores da comunidade já terá início com esta obra, pois eles atuarão diretamente na reforma. A faculdade está encarregada do planejamento e supervisão, como também do material – obtido por meio de doações e parcerias. Serão arrecadados materiais como tijolo, cimento, areia, tinta, janelas, portas, etc.

Após a fase de reformas, as máquinas serão instaladas, possibilitando a capacitação e os primeiros passos para o funcionamento da fábrica. Serão ofertados ainda à comunidade cursos de costura e gestão de produção, para a total capacitação e independência da fábrica.

Fonte: g1.com