Após visita de cachorro, melhora de paciente com câncer surpreende médico

Depois do reencontro do guia de turismo Flávio Santos e com seu cachorro de estimação, Agadir, durante o tratamento de câncer, profissionais de saúde que acompanham o paciente têm percebido melhora no quadro. “Conversei sobre a possibilidade de dar alta”, diz o médico Rodrigo Tancredi.

“Hoje [17] eu e João passamos lá e eu me surpreendi, ele estava consciente, orientado, conversando”, afirma.

João Chagas, a quem o médico se refere, é companheiro de Flávio há 23 anos. Para o designer de interiores, lembrar da experiência traz a emoção à tona. “Ele me agradeceu muito [pelo reencontro]”, diz.

Segundo o profissional de saúde, o contato com animais de estimação traz benefícios para o corpo e para a mente. “Do ponto de vista psicológico, os pacientes conversam mais, ficam mais animados e têm aumento de apetite. Do ponto de vista fisiológico, ocorre redução da frequência cardíaca e da pressão arterial”, explica Tancredi.

No caso de Flávio, que tem metástase no peritônio e nos ossos, não foi diferente. “A gente notou visivelmente no outro dia a melhora dele. […] A melhora ocorreu de uma forma gradativa e se mantém”, conta.

O reencontro

Internado desde 23 de agosto, Flávio sempre demonstrou para a equipe médica a saudade do pet que o acompanha há oito anos. O reencontro ocorreu no dia 10 de setembro, mas as imagens da visita de Agadir passaram a circular nas redes sociais dias depois.

O desejo de Flávio foi realizado no edifício-garagem do Hospital Memorial São José, no Centro do Recife, já que a entrada de animais é proibida na ala oncológica da unidade de saúde. O cão também precisou de um laudo veterinário para comprovar que estava com a vacinação em dia.

Paciente com câncer reencontra cachorro em hospital no Recife

A visita ocorreu dentro do projeto “O que importa para você?”, em que o hospital promove a realização de desejos de pacientes com longos períodos de internação ou de casos específicos. “Já realizamos casamento e dia dos namorados, mas foi a primeira vez que trouxemos um animal”, conta a supervisora de enfermagem da ala oncológica, Luísa Frazão.

Fonte: g1.com