Venezuelanos refugiados em Pernambuco enfrentam dificuldades para conseguir emprego na área em que se formaram no país vizinho ao Brasil. Além da falta de vagas no mercado de trabalho, eles não conseguem o reconhecimento dos diplomas de escolaridade e formação profissional que trouxeram da Venezuela.
Refugiados no Grande Recife lamentam falta de trabalho
Venezuelanos recebem 68,4% das carteiras de trabalho para refugiados em 2018
Cerca de quatro milhões de venezuelanos deixaram o país nos últimos anos, fugindo da crise econômica e humanitária. O Brasil recebeu 168 mil venezuelanos, que entraram pela fronteira, em Pacaraima, em Roraima. Pernambuco recebeu 343 deles, dos quais 148 moram em Igarassu, na Região Metropolitana; 142 estão no Recife; e 53 vivem em Carpina, na Zona da Mata.
O engenheiro metalúrgico Eustokio Uribe é um dos refugiados que possuem diploma de graduação, mas o documento não tem validade no Brasil. No Recife, ele conseguiu um trabalho como auxiliar de serviços gerais na Primeira Igreja Batista de Beberibe, na Zona Norte da cidade.
“Da Venezuela para cá, trazer documento, tudo isso é ruim para nós, nós chegamos com uma mochila. Minha especialidade é química”, conta o migrante, que estudou metalurgia durante cinco anos, mas atualmente varre, lava e enxuga a área da igreja cinco horas por dia, de terça a domingo.