Saiba como se prevenir de acidentes com animais peçonhentos

Acidentes com animais peçonhentos podem ocorrer o ano todo. Por isso, a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) orienta e reforça os cuidados que a população deve ter, especialmente neste mês de julho. Esse é o período da exploração de trilhas, da poda do cajueiro e também do acasalamento e reprodução das cobras. E como diz o ditado popular, “todo cuidado é pouco”.

Conforme Nota Técnica publicada pela Sesa nesta terça-feira (9), por meio da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covig), a ocorrência de acidentes por animais peçonhentos intensifica-se principalmente neste mês. De acordo com análise dos últimos 12 anos, 25% dos acidentes com serpentes no Ceará acontecem entre os meses de julho e setembro. Dois em cada três acidentes podem ser evitados com a utilização de medidas preventivas, com uso de equipamentos de proteção individual, por exemplo.

“Para quem trabalha em áreas de mata ou pensa em fazer trilhas, é imprescindível usar botas de cano longo, devido mais de 80% das picadas atingirem as pernas. Também chamo atenção para o uso de luvas de couro, evitar mãos em buracos, folhagens e entulhos. Em caso de acidente procurar imediatamente atendimento médico para receber o soro”, alerta Relrison Dias Ramalho, assessor técnico do Núcleo de Controle de Vetores (Nuvet) da Sesa.

O perfil dos acidentes por serpentes se repete a cada ano, 50% são nas regiões inferiores do corpo, 78% ocorrem na zona rural, 50% acontecem com pessoas entre 20 a 49 anos e 79% das vítimas são homens. A cada dez acidentes, oito vítimas são homens. Das 22 Regiões de Saúde, cinco registram metade dos casos: Tianguá, Quixadá, Canindé, Crateús e Limoeiro do Norte.

Casos

Com estruturas como dentes e aguilhões, são consideradas peçonhentas as espécies que têm anatomia adaptada para injetar veneno, como no caso das serpentes. Há também escorpião, abelha, aranha e lagarta. Neste ano, até 29 de junho, 4.311 acidentes por animais peçonhentos foram registrados no Ceará, sendo um óbito.

Em relação às serpentes, o estado registrou 592 acidentes e um óbito em diferentes regiões neste ano, até junho, mostrando que os perigos ocorrem indistintamente em ambiente urbano e rural. A maior incidência dos acidentes é com serpentes do grupo Bothrops (jararaca, jararacuçu, urutu, cruzeira, caissaca), seguido do grupo Crotalus (cascavel).

Como se proteger

A melhor forma para evitar acidentes com animais peçonhentos é a prevenção. E para evitá-los, há algumas dicas a serem seguidas.

Principais sintomas

No geral, as picadas causam dor imediata, vermelhidão, inchaço por acumulo de líquido, calafrios, sudorese e movimentos musculares involuntários. Crianças menores de sete anos estão mais sujeitas a consequências graves.

O que não fazer

Não amarrar ou fazer torniquete no membro acometido, não aplicar qualquer tipo de substância no local da picada, não oferecer bebidas alcoólicas, querosene ou outros tóxicos, não esfregar e nem tentar sugar o local da lesão.

Atendimento

Em caso de acidente, a Secretaria da Saúde do Ceará recomenda procurar imediatamente um serviço público de saúde. Nas cinco Macrorregiões de Saúde (Fortaleza, Sertão Central, Litoral Leste, Sobral e Cariri), os hospitais de referência para atendimento a vítimas de acidentes com animais peçonhentos são: Instituto Dr. José Frota (IJF), em Fortaleza; Hospital Municipal Dr. Eudásio Barroso, em Quixadá; Hospital Regional e Maternidade Alberto Feitosa Lima, em Tauá; Hospital Polo Dr. Eduardo Dias, em Aracati; Hospital Regional Casa e Saúde de Russas, em Russas; Hospital São Camilo, em Limoeiro do Norte; Hospital Regional Norte e Santa Casa Sobral, em Sobral, e Hospital Regional do Cariri, em Juazeiro do Norte.

Fonte: Governo do Estado do Ceará