O número de mortes causadas por doenças no aparelho respiratório cresceu 74% no Ceará no período de nove anos. Entre 2009 e 2017, os casos passaram de 4.426 para 7.725 casos, segundo números do Ministério da Saúde e da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa).
Já entre 2009 e 2018, foram registrados 56.623 óbitos por doenças respiratórias em todo o Estado. Somente neste ano, de janeiro a maio, 2.758 pessoas morreram em consequência de influenza, pneumonia, asma, bronquiolite, doenças crônicas e outras infecções agudas das vias aéreas inferiores.
A predominância das enfermidades ocorre de janeiro a maio, período de maior concentração de chuvas no Ceará. De 2009 até este ano, foram mais de 28,7 mil óbitos registrados nessa época do ano. A soma das mortes registradas entre janeiro e maio de 2009 a 2018, inclusive, corresponde a cerca de 46% de todas as mortes por doenças respiratórias no Estado nesses dez anos. Para fins de comparação fiel com os totais anuais, não foram incluídos os casos de 2019.
Para o presidente da Sociedade Cearense de Pneumologia e Tisiologia (SCPT), Ricardo Coelho Reis, o mês de maio demanda maior cuidado pela condição do clima, que potencializa novos diagnósticos de doenças virais. Ele destaca, ainda, a existência de outros fatores de risco, como a poluição ambiental e a poeira fragmentada, geralmente formada por micro-organismos, restos de construção civil, fumaça dos automóveis e de cigarros.