O balanço da quadra chuvosa de 2019, bem como a situação do aporte hídrico do Ceará foram divulgados nesta quarta-feira (5), em coletiva de imprensa realizada no auditório da Companhia de Gestão e Recursos Hídricos (Cogerh). O resultado de chuvas dentro da média, apontado anteriormente pela Fundação Cearense de Meteorologia (Funceme), que indicava 30% de chuvas acima da média, 40% em torno da média e 30% abaixo da média, foi confirmado pela Secretaria de Recursos Hídricos (SRH). A situação dos açudes, no entanto, permanece em alerta, tendo em vista que apesar das chuvas, há ainda seis açudes secos, 18 em volume morto e outros 72 com menos de 30% de suas capacidades de armazenamento.
Segundo o secretário dos Recursos Hídricos do Estado, Francisco Teixeira, um resultado de chuvas dentro da média não significa aporte satisfatório: “Temos água suficiente em alguns municípios e na maior parte dos outros não. Contornaremos o abastecimento humano com os pequenos açudes, considerando que os grandes reservatórios, Orós, Castanhão e Banabuiú, permanecem com baixo volume. A situação atual de aporte no Ceará está em 1,1 bilhão, inferior à de 2015, quando encontrava-se em 1,7 bilhão.
Na contramão da situação geral dos açudes cearenses, que estão com o percentual de 21% de aporte, os reservatórios da Região Metropolitana, Pacoti, Pacajus, Riachão e Gavião encontram-se com 81,5 % de suas capacidades de armazenamento. De acordo com Teixeira, a situação exige cautela, considerando que esses reservatórios menores funcionam de modo satisfatório apenas em integração com os três maiores, já que eles representam 60% da reserva hídrica do Ceará.
Tarifa de Contingência
Os resultados apresentados na coletiva justificaram também a permanência da aplicação da tarifa de contingência, mecanismo estipulado pela Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) para reduzir o consumo na capital e Região Metropolitana. Durante o evento, a Companhia de Água e Esgoto do Ceará apresentou dados referentes ao consumo de água em Fortaleza e Região Metropolitana, arrecadação e investimentos realizados com a Tarifa de Contingência.
No evento, o presidente da Cagece, Neuri freitas, informou que apesar da economia alcançada até agora, a redução no consumo precisa ser mantida, pensando no cenário do futuro: “O ato declaratório de escassez hídrica deverá perdurar, assim como a aplicação da tarifa de contingência em Fortaleza e Região Metropolitana. Hoje, estamos começando a chegar em um resultado favorável de consumo por ligação, o mês de abril, por exemplo, registrou consumo médio de 10,16 metros cúbicos por segundo de água. É essencial manter essa média”, informa.
Ainda de acordo com o Neuri, a arrecadação da tarifa vai continuar sendo utilizada em ações de segurança hídrica e redução de perdas como recirculação da água de lavagem dos filtros da ETA Gavião, ações de combate a fraudes e vazamentos, construção de equipamentos emergenciais para distribuição de água, dentre outros.
Além da SRH e Cagece, estiveram presentes na coletiva, o presidente da presidente da Cogerh, João Lúcio Farias, o secretário do Desenvolvimento Agrário, Francisco De Assis Diniz, e a gerente de meteorologia da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), Meiry Sakamoto.
Fonte: assessoria do Governo do Estado do Ceará