Guiados por forró, diversos grupos no Ceará se preparam durante o ano para apresentar, com muito empenho, as tradicionais quadrilhas da época. Entre os participantes, o fisioterapeuta Jonathan Arthur celebra os festejos com mais empolgação: ele volta para as quadras, depois de quase cinco anos, após ter sofrido um acidente em que precisou amputar parte de seu pé direito.
Depois de realizar tratamento e fazer utilização de prótese, o jovem voltou a ensaiar como preparação para o evento que ele considera tão importante quanto o Réveillon. “Demorou pra cair a ficha, de que eu estava de novo na quadra, e que estava tudo acontecendo de novo. Aquela sensação de retorno… Foi muito bom. A primeira apresentação foi espetacular”, conta emocionado sobre a sua volta aos festejos.
Jonathan lembra que começou a participar de campeonatos aos 12 anos, incentivado pela família, quando criou gosto pela festa. Morando em Belém, o jovem visitava a capital cearense nas férias e comenta que as festas juninas aqui sempre tiveram um cuidado diferente e que lhe pareciam lindos. Vivendo no Ceará desde 2010, ele passou a fazer parte de um grupo que ensaiava próximo de sua casa.
Em 2014, após o último fim de semana de apresentações juninas daquele ano, o jovem estava trafegando de moto quando colidiu com um carro e, no acidente, teve sua mobilidade prejudicada devido à perda de parte do pé direito. Estudante de fisioterapia, na época, Jonathan conta que tentou levar com serenidade o acontecimento. “Eu tive aquele primeiro impacto, mas não me deixei abalar”, destaca.
“Eu sempre gostei de me desafiar, em vários aspectos da minha vida. E a quadrilha, além de um hobby, pra mim, é uma válvula de escape da minha rotina que já é pesada demais”.
Dançar quadrilha é o momento em que Jonathan relaxa e esvazia a mente. Agora, aos 28 anos, o jovem, que participa do grupo Ceará Junino, já começou a se apresentar nas programações de Fortaleza e está até viajando para festejos em outros estados do Nordeste.