Por Madson Vagner
As licitações com cartas marcadas estão proporcionando no Cariri uma enxurrada dos chamados “picaretas”. Eles cobram valores para desistirem das concorrências.
As licitações com cartas marcadas estão proporcionando o fortalecimento de uma prática desprezível nas licitações do Cariri; uma verdadeira enxurrada dos chamados “picaretas” que pulando de município em município em busca de licitações das mais variadas modalidades e serviços. As empresas de fachada são usadas para extorquir empresas sérias que se dispõem a concorrer por capacidade técnica ou por apadrinhamento com os prefeitos.
Os chamados “toqueiros” cobram quantias em dinheiro para desistirem da disputa, deixando o caminho livre para os concorrentes marcados para ganhar ou com chances reais. Sem ninguém para coibir a prática, o número de toqueiros é cada vez maior e os prefeitos continuam como se nada estivesse acontecendo. É hora do Ministério Público e as policiais Civil e Federal, entrarem em campo. Tem muito a ser explicado sobre o surgimento dessa prática, que pode compromete os prefeitos.
Quadrilha organizada
No dia 29 de março, uma licitação de R$ 27 mil em Milagres reuniu cerca de 70 empresas interessadas em fazer o espetáculo da Paixão de Cristo. Ninguém imaginava que existiam tantas companhias de teatro no Cariri. Sem acordo diante de tantos concorrentes, a licitação acabou em bate boca, chegando quase as vias de fato. A confusão só diminuiu quando a polícia chegou para acalmar os ânimos.
Com a presença dos policiais a maioria dos “concorrentes” abandonaram a licitação. Uma rápida investigação revelou que uma caravana de, melo menos, 40 concorrentes chegaram de topique fretada apenas para a licitação. Eles vinham de Brejo Santo onde já haviam tumultuado outro pregão. Os “toqueiros” resolveram pregar o terror nas licitações como verdadeiras quadrilhas organizadas para arrancar dinheiro de empresas. Até quando?