O teatro potiguar teve uma noite de consagração nesta terça-feira (12), no Rio de Janeiro. O espetáculo ‘A Invenção do Nordeste’, do Grupo Carmin, venceu o Prêmio Shell de Teatro na categoria dramaturgia. A entrega da premiação aconteceu no Copacabana Palace.
A dramaturgia do espetáculo é de Henrique Fontes e Pablo Capistrano. A peça busca desconstruir o estereótipo do Nordeste e do nordestino. “A peça está mexendo em algumas feridas históricas, com ícones até pouco tempo intocáveis, como Euclides da Cunha, por exemplo, que em ‘Os Sertões’ traz uma imagem do nordestino que não é verdadeira”, explicou Henrique.
Ele falou ainda da alegria de receber um dos prêmios mais importantes do teatro nacional. “Esse prêmio vem para celebrar uma parceria linda com o Pablo. A gente se conhece há mais de 20 anos, estudamos juntos, e tivemos esse reencontro no teatro. E também para celebrar o Grupo Carmin que entrou no cenário nacional com muita raça, com muita coragem. O grupo tem conseguido criar um vínculo com o público que tem marcado presença nas apresentações da peça em várias cidades do país. As pessoas estão muito desejosas de sentir representadas e a gente está fazendo a nossa parte”.
Em janeiro deste ano, o espatéculo também ganhou o Prêmio Cesgranrio de Teatro na categoria melhor espetáculo.
Apresentações em Natal
O público de Natal já pode se programar para assistir a peça. Em abril, nos dias 6 e 7, A Invenção do Nordeste volta a Casa da Ribeira para quatro apresentações. Os ingressos já estão à venda na internet.
Sobre a peça
O espetáculo é baseado no livro “A Invenção do Nordeste e Outras Artes”, do Professor Dr. Durval Muniz de Albuquerque Jr, e busca desconstruir imagem estereotipada do Nordeste e do nordestino.
Um diretor é contratado por uma grande produtora audiovisual para realizar a missão de selecionar um ator nordestino que possa interpretar com maestria um personagem também nordestino. Depois de vários testes e entrevistas, dois atores vão para a fase final e o diretor tem sete semanas para deixá-los prontos para o último teste.
Durante as 7 semanas de preparação, os atores refletem (e discordam) acerca de sua identidade, cultura, história pessoal e descobrem que ser e viver um personagem nordestino não é tarefa simples.
Em 2018, a peça circulou por estados como Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
A peça é dirigida por Quitéria Kelly que também assina o figurino; com dramaturgia de Henrique Fontes e Pablo Capistrano; no elenco: Robson Medeiros, Mateus Cardoso e Henrique Fontes; assistência de direção, dramaturgia audiovisual e desenho de luz: Pedro Fiuza; direção de arte e cenografia: Mathieu Duvignaud; produção executiva: Mariana Hardi; preparação corporal: Ana Claudia Albano Viana; preparação vocal: Gilmar Bedaque; trilha sonora original: Gabriel Souto; design gráfico: Teo Viana; Xilogravura: Erick Lima; costureira: Kátia Dantas; edição de vídeo: Juliano Barreto.