Integrantes da Lava Jato diziam que ele tinha amizade íntima com senador tucano que também está envolvido em escândalo de corrupção
MÔNICA BERGAMO – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, determinou o arquivamento da representação feita por integrantes da Operação Lava Jato que pediam a suspeição do ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), no caso que envolve o ex-senador Aloysio Nunes Ferreira e o executivo Paulo Souza, conhecido como Paulo Preto.
Para sustentar o pedido, eles apresentaram extratos de ligações e de conversas que mostravam que o ex-senador conversou com Gilmar Mendes dias antes de ele, por liminar, suspender uma ação penal contra Ferreira e Paulo Preto.
Dodge informa que, depois dessa decisão, Mendes recebeu novas informações da própria PGR (Procuradoria-Geral da República) e da juíza titular da 5a Vara Federal Civil de SP e voltou atrás, suspendendo a liminar.
A decisão foi desfavorável a Nunes Ferreira e a Paulo Preto.
“A ação teve seu curso regular retomado”, diz Dodge, afirmando ainda que houve em seguida “prolação de sentença um dia antes de o paciente [Paulo Preto] completar 70 anos”, o que poderia levar à prescrição de alguns de seus crimes.
A procuradora-geral diz ainda que as informações trazidas aos autos pelos próprios procuradores da Lava-Jato mostravam que Gilmar Mendes não tem amizade íntima com Aloysio Nunes Ferreira.
Os documentos apresentados pela Lava-Jato mostram que Nunes teve que pedir o telefone do ministro “a terceiros”, o que, segundo Dodge, “evidencia que, concretamente, não há prova de amizade íntima entre Aloysio Nunes e o ministro Gilmar Mendes”.
As conversas transcritas pelos procuradores reforçariam a prova de que os dois não eram amigos. Nelas, Aloysio Nunes diz que o magistrado foi “vago e cauteloso” no diálogo que mantiveram
Fonte: Notícias ao Minuto