“Quando entrei na escola comecei a participar da horta, vi a diferença entre o que está no supermercado e aqui, que é orgânico e não tem nenhum produto químico”, observa o estudante Eduardo Faustino dos Santos.

O que é colhido segue diretamente para a merenda, preparada para os alunos da instituição. As sobras, por sua vez, voltam para a horta, para servir de adubo para as plantas cuidadas pelos estudantes. “Não só melhora a vida na natureza, como também diminui o lixo no meio ambiente”, afirma o aluno Matheus Dias.

Em Limoeiro, no Agreste do estado, o verde também toma conta de uma escola municipal em que os estudantes plantam árvores no pátio. Em alguns casos, as copas frondosas de hoje são o reflexo das sementes plantadas no passado.

“A árvore foi crescendo e eu também fui amadurecendo essa conscientização com o meio ambiente”, diz a ex-aluna Analice Cruz, responsável pelo plantio de uma árvore dez anos atrás.

Em Belo Horizonte, mais de 300 mil árvores espalhadas pela cidade têm um registro próprio, com informações sobre cada espécie. Nessa espécie de “carteira de identidade”, cada planta também tem cadastrados problemas e necessidades específicas.

“Esse inventário acompanha todo o ciclo das árvores, para poder prever para gerações futuras como que elas podem aproveitar disso do mesmo modo que a gente aproveita hoje em dia”, afirma o arquiteto Julio de Marco, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Belo Horizonte.

Na capital federal, o verde só toma conta da paisagem quando a chuva chega. Nos anos de menor quantidade de precipitação, o impacto pode ser sentido não só pelas pessoas, mas também pela natureza.

No principal reservatório de água de Brasília, o menor volume da história, de 5%, foi atingido em 2017, quando o esperado era de 60%. Em novembro de 2018, o volume chegou a mais de 70%, mas em 2016, o reservatório estava transbordando.

No auge da seca, as escolas parceiras do Verdejando criaram projetos para conscientizar os alunos. “Começou com a captação da água da chuva. A partir daí, começamos a desenvolver vários outros projetos, relacionados à água, energia solar e, a partir de agora, ecologia e agroflorestal”, afirma o coordenador do projeto, Leonardo Teruyuki-Hatano.

Em cinco anos de Verdejando, a cidade de São Paulo recebeu mais de 4 mil árvores. O Brás, bairro localizado numa das regiões mais poluídas e quentes da capital paulista, foi o primeiro a receber os mutirões de plantio em 2013 e, atualmente, os moradores desfrutam dos resultados.

Se as árvores são plantadas pelos próprios moradores, o cuidado passa a ser ainda mais de perto. “Se não está chovendo, aí já viu. A gente dá uma olhadinha para ver se se ela cresce”, afirma o motorista José Cordeiro.