A Polícia Federal desencadeou, nesta segunda-feira (1º), a operação Garoa, para combater crimes de fraude contra a Previdência Social. A 36ª Vara Federal no Recife determinou o afastamento de cinco servidores do INSS de duas agências diferentes, sendo uma em na capital pernambucana e outra em Paulista, na Região Metropolitana do Recife. Oito mandados de busca e apreensão foram emitidos.
Além de serem afastados das atividades, quatro homens e uma mulher que trabalhavam nas agências da Rua Corredor do Bispo, no Centro do Recife, e no Centro de Paulista, foram impedidos de exercer função pública e de sair do país. A decisão da Justiça Federal impôs também o bloqueio das contas bancárias e dos bens dos investigados.
O inquérito policial aponta para uma organização criminosa especializada em fraudes no INSS, em especial no Nordeste, segundo a PF. Além de criar idosos fictícios, o grupo utilizava o cadastros para obter o benefício em contas bancárias também falsas.
Até esta segunda (1º), o prejuízo calculado pela PF foi de R$ 1 milhão. A investigação, que ainda deve prosseguir para identificar outros envolvidos e mais benefícios fraudados, já estima que, caso os benefícios continuassem a ser sacados nos próximos anos, o prejuízo seria de mais de R$ 12 milhões.
Investigações
Relatórios do órgão de inteligência da Previdência Social indicaram, em dezembro de 2017, uma série de irregularidades em benefícios assistenciais concedidos na Agência de Previdência Social (APS) em Paulista, na Região Metropolitana do Reicfe com possível participação de servidores.
Segundo o levantamento, em 2016, a agência localizada no Grande Recife concedeu o correspondente a 19% da espécie Amparo Social ao Idoso em nível nacional, enquanto que a média por agência seria 3,21%, o que equivale quase seis vezes mais que a produtividade comum.
Com isso, a Polícia Federal foi acionada e foi iniciada a investigação, em que foi verificado que os benefícios estavam sendo concedidos a pessoas cujos processos continham documentos de identificação com fotos idênticas.
Com o avanço das análises, os investigadores perceberam que, após a concessão, os benefícios eram transferidos entre várias cidades, inclusive entre estados distantes. O fato chamou a atenção pelo fato de ser um benefício destinado a idosos cuja condição, geralmente, não possibilita o deslocamento.
Durante as investigações, segundo a Polícia Federal, foi constatado que os benefícios eram alterados pelos servidores investigados: eles cadastravam o pagamento em instituições financeiras sediadas em municípios no interior de Pernambuco, distantes até 250 quilômetros de Paulista.
Quadrilha especializada
Para se alcançar os R$ 12 milhões calculados como possível prejuízo causado pela quadrilha, foram relacionados 85 benefícios concedidos, analisados individualmente pela Força-Tarefa Previdenciária, podendo a fraude ser ainda maior.
Os investigados podem responder na Justiça pelos crimes de estelionato majorado, formação de quadrilha e inserção de dados falsos em sistema de informação, além de outros crimes a serem revelados com a conclusão da investigação.
Outros detalhes devem ser divulgados ainda na manhã desta segunda-feira (1º), em coletiva a ser realizada na sede da PF, no Centro do Recife.
Fonte: G1