Um protesto de motoristas e cobradores de ônibus bloqueia vias e suspende a circulação de coletivos no Centro do Recife, na manhã desta quinta-feira (12). Por causa da manifestação, veículos foram estacionados na Avenida Guararapes, um dos principais corredores da área, e passageiros ficaram sem transporte.
De acordo com a Autarquia de Trânsito e Transportes Urbanos do Recife (CTTU), também foram montados pontos de bloqueios na Rua da Aurora, no cruzamento com a Rua do Riachuelo, e na Ponte Duarte Coelho, no cruzamento com a Rua do Sol.
A manifestação ocorre por causa de uma divergência entre grupos de trabalhadores, que contestam a atuação do sindicato diante das negociações salariais com as empresas.
Parte da categoria cobra, ainda, reajuste nos vencimentos e no vale-alimentação, bem como a homologação do aumento concedido em 2017 e que ainda está tramitando na Justiça.
A direção do Sindicato dos Rodoviários contestou o movimento o informou que uma rodada de negociação está marcada para esta quinta-feira (12).
A paralisação dos ônibus teve início às 7h15 e deve seguir até o meio-dia, de acordo com os manifestantes. O protesto tá sendo organizado pelas oposições O Guará, ICSB com lutas, rodoviária CUT e Família Rodoviária UGT.
Por causa do protesto, os passageiros relataram que tiveram que descer dos veículos no Parque Treze de Maio e na Avenida Princesa Isabel e andar até o Centro da cidade.
Segundo os passageiros, os condutores alegaram que teriam que fazer rotas alternativas para não ficar presos na área da Avenida Guararapes, onde ocorre o bloqueio.
O administrador Rafael Mota, de 28 anos, costuma descer do ônibus na Avenida Guararapes para ir ao trabalho, mas teve que desembarcar antes e seguir andando o resto do percurso.
“Informaram que aquela era a última parada hoje é que tínhamos que descer. Eu nem sabia o que estava acontecendo. Atrapalha bastante, mas eles têm que lutar pelos direitos deles também”, afirmou.
A enfermeira Jeane Vanessa, de 32 anos, largou do trabalho às 8h, após uma noite de plantão, e foi surpreendida pela paralisação.
“Eu pego um ônibus para fazer integração com o metrô. Hoje, tive que descer antes, andar um bocado e ainda pagar outra passagem, porque eles não quiseram devolver nosso dinheiro. É um absurdo. A pessoa já larga cansada a essa hora e ainda ter que passar por isso”, declarou.
A auxiliar educacional Jéssica Pereira, de 22 anos, foi levar a filha de sete meses ao médico e não conseguiu voltar por causa da paralisação dos rodoviários.
“Eu moro em Rio Doce e vim andando do IMIP (Instituto de Medicina Integral Fernando Figueira) até o Parque 13 de Maio com minha filha no braço para tentar pegar um ônibus, mas nem assim consegui. É um absurdo isso. Eles deveriam avisar à população, eu não teria nem saído de casa com ela. Com uma criança tudo é mais complicado”, disse.
Em virtude do bloqueio da Avenida Guararapes, outros corredores de ônibus de grande movimento no Centro, como a Avenida Conde da Boa Vista, ficaram sem transporte público. Passageiros lotavam as paradas à espera dos veículos.
Os manifestantes seguiram para a Praça do Derby, na área central da cidade, e para terminais de subúrbio. No Grande Recife, cerca de 2,5 milhões de pessoas usam coletivos diariamente.
Orientação
A CTTU mobilizou ao menos 16 homens para fazer o controle de tráfego e orientar os motoristas no Centro. As equipes foram enviadas para a Avenida Guararapes e Ruas Princesa Isabel, do Hospício e da Soledade.
Em cada área, são dois agentes e dois orientadores de tráfego. A autarquia informou que recomendou que motoristas não seguissem em direção à Avenida Guararapes, onde foi montado o bloqueio pelos manifestantes.
Fonte: G1