Prodeter beneficia cerca de 2 mil famílias em 71 territórios em todo o Nordeste e norte do Espírito Santo e de Minas Gerais
A cadeia produtiva do leite no semiárido cearense, a cultura da mandioca no extremo sul baiano e um projeto de incentivo à agroecologia no norte capixaba ganharam um traço comum em terras peruanas. Essas e outras 68 iniciativas compõem o Programa de Desenvolvimento Territorial do Banco do Nordeste (Prodeter), premiado em cerimônia realizada pela Associação Latinoamericana de Instituições Financeiras para o Desenvolvimento (Alide), em Lima, no Peru, ontem, 31.
Vencedor na categoria “Produtos Financeiros” do Prêmio Alide 2018, o Prodeter beneficia cerca de 2 mil famílias em 71 territórios do Nordeste e norte dos estados do Espírito Santo e de Minas Gerais. O programa é formado por 140 agentes de desenvolvimento territorial, profissionais do BNB que trabalham em parceria de comitês locais na identificação e estruturação de cadeias produtivas, de acordo com a vocação econômica de cada comunidade.
“Apoiamos diversas cadeias produtivas, indicadas e priorizadas pelas instituições parceiras locais, como forma de alavancar a dinâmica econômica das regiões onde os projetos estão inseridos. Assim, todos participam da melhoria dos processos produtivos, gerando emprego e renda nas comunidades”, ressalta o presidente do Banco, Romildo Carneiro Rolim.
Além dos resultados operacionais (foram cerca de R$ 6,4 milhões em negócios no primeiro ano de atividade), o Prodeter contribui para a implementação de soluções que estimulam a produtividade, competitividade, inovação tecnológica e capacitação técnica entre as comunidades envolvidas. Em Sobral (CE), por exemplo, trabalhou-se a transferência de embriões como medida para alavancar a produção de leite do rebanho bovino. Já em Barra do São Francisco (ES), a mobilização dos produtores rurais teve como objetivo a capacitação dos agricultores para ingresso no mercado de produtos agroecológicos.
Outras iniciativas envolvem oportunidades de capacitação técnica, ações de convivência com a seca – a exemplo do uso da palma forrageira como reserva energética para rebanhos – e articulação de redes de produtores para aquisição coletivas de insumos.
“Nessas ações, consideramos a importância não só do conhecimento técnico, mas também dos saberes tradicionais nessas atividades. Esse diálogo favorece a inovação no modo de fazer, a difusão de novas tecnologias e aperfeiçoamento das iniciativas”, destacou Perpétuo Cajazeiras, diretor de Planejamento, que representou o BNB no evento de premiação. Segundo ele, com a visibilidade da premiação, a expectativa é de que o Prodeter sirva de base para propostas similares em outros países da América Latina e Caribe, área de influência da Alide, ou mesmo em outras regiões do Brasil.
Prodeter
Lançado em 2016, o Prodeter trabalha a partir dos eixos da sustentabilidade social, econômica e ambiental. A sustentabilidade social é garantida pelo incentivo ao associativismo e pelas ações coletivas coordenadas pelos comitês locais. A dimensão econômica é fortalecida pelos incentivos à capacitação dos produtores, que resulta na incorporação de inovações e aumento da capacidade produtiva. Já a sustentabilidade ambiental é fortalecida pela agregação do conhecimento técnico e científico e conhecimento prático dos produtores.
Alide
Com sede em Lima, no Peru, a Alide tem a missão de contribuir para o desenvolvimento econômico e social da América Latina e Caribe por meio da difusão de boas práticas financeiras, como projetos de inclusão financeira e que prezem pela responsabilidade social e ambiental.
A associação conta com membros em mais de 20 países, incluindo instituições da Europa e Ásia (Alemanha, Canadá, China, Índia, Espanha, Portugal e Rússia). O Prêmio Alide reconhece as melhores práticas de inclusão financeira, responsabilidade socioambiental e inovação promovidas por bancos de desenvolvimento.