Ceasa-PE recebe 40% dos caminhões previstos e preços de alimentos são afetados

O Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (Ceasa) recebeu 40% dos caminhões previstos para chegar ao local nesta sexta-feira (25). Os dados são da diretoria do centro, que apontou não estar faltando alimentos, mas que há redução de estoques e alteração no preço dos produtos devido a greve dos caminhoneiros contra o preço do diesel, que entrou no quinto dia.

TV Globo esteve pela manhã no Ceasa e encontrou folhosos, como alface, cebolinho e coentro, 10% mais caro. A equipe também registrou que o quilo do tomate custava R$ 2, na segunda-feira (21) e, nesta sexta, está por R$ 3. O tomate é cultivado por produtores locais.

O quilo da laranja dobrou de preço, passando de R$ 1,50 para R$ 3. “A gente recebe 40 caminhões por dia, e hoje, até o momento [10h30], entraram dois, então o preço automaticamente sobe, mas temos a expectativa que, durante o dia, a gente receba mais laranja”, explicou o presidente da Ceasa, Gustavo Melo.

Estoques de ovos estão em baixa no Ceasa-PE, no Recife, nesta sexta-feira (25) (Foto: Clarissa Góes/TV Globo)Estoques de ovos estão em baixa no Ceasa-PE, no Recife, nesta sexta-feira (25) (Foto: Clarissa Góes/TV Globo)

Estoques de ovos estão em baixa no Ceasa-PE, no Recife, nesta sexta-feira (25) (Foto: Clarissa Góes/TV Globo)

Já a cenoura, que vem de outros estados, teve aumento médio de 50%. O quilo da batata, cobrado da R$ 8 na quinta (24), nesta sexta está sendo vendido a R$ 4.

Revendedores de ovos do centro logístico também estão com estoque em baixa, variando de 5% a 20% do habitual. As produtoras de ovos, que também vendem na Ceasa, estão com 40% do estoque. Nos dois casos, o preço se mantém: a bandeja com 30 ovos extra sai por até R$ 10.

Supermercados

O Procon de Pernambuco realiza, nesta sexta-feira (25), inspeção em supermercados no Grande Recife para averiguar cobrança de preços abusivos e problemas relacionados ao abastecimento de gêneros alimentícios provocados pela paralisação nacional dos caminhoneiros. No início da manhã, os fiscais encontraram bebidas com prazo de validade vencido e falta de legumes.

O primeiro supermercado inspecionado foi o Atacadão de Olinda. De acordo com a assessoria de comunicação do Procon de Pernambuco, estava faltando batata inglesa. Em relação a outros gêneros alimentícios, ficou constatado que há estoques para ao menos 30 dias.

Em seguida, o Procon-PE esteve no Deskontão localizado na Avenida Norte, na Zona Norte do Recife. Lá, segundo o órgão de defesa do consumidor, foram encontrados 12 litros de refrigerantes vencidos. Até o fim desta sexta (25), os fiscais deverão visitar mais cinco estabelecimentos.

Outra preocupação do órgão de defesa do consumidor é com os preços cobrados por revendedoras de gás de cozinha. Segundo o gerente de fiscalização do Procon-PE, Roberto Campos, chegaram informações sobre botijões que estavam sendo vendidos a preços superiores a R$ 100. Todas as reclamações serão averiguadas.

“Depois de fazer a vistoria e supermercados e em postos de combustíveis, vamos atuar para evitar abusos em revendedoras de gás”, afirmou.

Protesto

Mesmo após acordo entre governo federal e entidades de caminhoneiros, anunciado na noite de quinta-feira (24), o protesto continua em Pernambuco, nesta sexta (25). O Grande Recife Consórcio de Transporte reduziu pela metade o número de ônibus rodando nos horários de pico na Região Metropolitana do Recife.

Há ainda o registro de inúmeros postos de combustível fechados. Nos que ainda tem álcool e gasolina, há longas filas.

Fonte: G1 nordeste