A tragédia que matou quatro pessoas no bairro de Pituaçu, em Salvador, completa um mês nesta sexta-feira (13). No local, ainda é possível encontrar moradores da comunidade do Alto do São João, que convivem com a insegurança de novos desabamentos.
Ainda é possível encontrar destroços do desabamento do prédio onde as vítimas estavam. Outras três pessoas da família que também estavam no imóvel sobreviveram. Liquidificador, televisão e restos de uma geladeira que pertenciam aos moradores do imóvel ainda estão no lugar.
Ricardo, um dos moradores da comunidade, disse que a casa dele não foi uma das selecionadas para a demolição, mas a família vive a sensação de insegurança.
“A gente continua morando no mesmo lugar. Não foi pedido que a gente saísse. Continuamos no mesmo local. Vivemos na incerteza. Toda vez que chove nós ficamos preocupados, porque a gente mora realmente em um local que não tem estrutura para construção”, conta.
“A gente não tem para onde ir e nosso jeito mesmo é ficar aqui”
Com o período de chuvas do outono, o perigo aumenta. “Nessa época de chuva a gente fica desesperado, se podemos dormir ou se vamos acordar ou não. A gente fica sem saber o que fazer. Pedimos força a Deus para seguir cada dia em frente”, desabafa.
Onze casas foram demolidas e 12 famílias, incluindo a das vítimas, ficaram desabrigadas após a tragédia. A medida foi tomada para evitar que novos desabamentos acontecessem. Conforme a Secretaria Municipal de Promoção Social e Combate à Pobreza (Semps), essas famílias recebem o auxílio-moradia até conseguirem se restabelecer. O valor é de R$ 300 mensais.
Tragédia
Sete pessoas da mesma família estavam no imóvel. As vítimas do desabamento foram Rosemeire Pereira de Jesus, de 34 anos; os filhos Arthur da Silva de Jesus, de 1 ano, e Robert de Jesus, de 12 anos; e o irmão Alan Pereira de Jesus, de 31 anos. Todos moravam no primeiro andar do prédio.
As três pessoas que moravam no segundo andar foram resgatadas com vida: Alex Pereira de Jesus, de 29 anos; sua mulher, Beatriz, de 30; e a filha do casal, Sabrina Menezes, uma bebê de 11 meses. Relembre aqui as vítimas da tragédia.
O prédio ficava no final de um beco estreito na Rua Alto do São João e era dividido em quatro pavimentos: subsolo, térreo, primeiro e segundo andar. A construção teria cinco anos.