O Pernambuco terminou o ano de 2017 com uma taxa de desempregados de 17,6%, o segundo maior resultado do resultado do país, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) trimestral divulgada nesta sexta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estado ficou atrás apenas do Amapá, com 17,7%.
O Brasil fechou o último ano com uma taxa 12,7% de desocupados, maior que os 11,5% do ano anterior. No 4º trimestre, que vai de outubro a dezembro, o país teve 11,8%.
No terceiro trimestre, Pernambuco havia sido o estado com a maior taxa de desocupação, com 17,9%. Comparando o terceiro com o quarto trimestre, houve uma redução da taxa – no quarto trimestre, o estado registrou 16,8% de desempregados.
● Taxa de desocupação no Brasil: 11,5
Desde 2015, o estado vem registrando aumento da taxa de desocupados, segundo os dados do IBGE. Em 2014, o índice chegou a 8,1%, subindo para 9,8% em 2015 e 14,5% em 2016.
Toda semana Luciene Maria de Freitas, de 39 anos, vai na Agência do Trabalho do Recife e de Jaboatão dos Guararapes à procura de emprego. Ela está desempregada há quase um ano, desde que a empresa onde trabalhava passou por corte de gastos e demitiu vários funcionários.
“É desesperador. A gente acorda de manhã e não tem sentido para a vida. Não tem o que fazer e para onde ir. Já coloquei currículo em todos os lugares, mas até agora nada”, lamenta Luciene, que trabalhava como auxiliar de serviços gerais.
No Recife, a taxa de desemprego fechou 2017 em 15,3%, seguindo a tendência de crescimento. Em 2016, o índice era de 12,3%, enquanto no ano anterior era 6,6%. Em 2014, a capital pernambucana tinha 7,6% de desocupados.
Subutilização
O estudo aponta ainda que há 31,7% trabalhadores subutilizados em Pernambuco, grupo que reúne pessoas que poderiam trabalhar, mas estão desocupadas, e aqueles que trabalham menos de 40 horas semanais. No país, a taxa foi de 23,6% ao longo de 2017.
Em 2016, eram 25,7% dos trabalhadores nessa situação em Pernambuco, enquanto em 2015 eram 19,3%, segundo o IBGE.
Desempregado há quase dois anos, Jonatas da Silva, de 39 anos, vem apostando no mercado informal para sobreviver. Pai de uma menina de um ano e cinco meses, ele vai, toda semana, à Agência do Trabalho conferir se há oportunidades, especialmente como despachante de ônibus.
“Estou sobrevivendo de bico e da ajuda da família. Apareceu uma vez para serviços gerais, mas precisava de seis meses de experiência, e eu não tinha. E na minha área de despachante não aparece nada”, afirma.
Resposta do governo
Por meio de nota, a Secretaria da Micro e Pequena Empresa, Trabalho e Qualificação (Sempetq) afirma que tem desenvolvido “uma série de ações estratégicas de políticas públicas para favorecer a empregabilidade no estado através da qualificação profissional nas mais diversas áreas e do encaminhamento às vagas do mercado de trabalho”. Também no texto, a pasta ressalta que “realiza o fomento ao empreendedorismo com o apoio creditício para os pequenos negócios oferecido pela Agência de Fomento de Pernambuco (Agefepe)”.
A resposta da Sempetq destaca que esse comportamento da taxa de desocupação no estado acompanha a tendência da média nacional, “acelerando ao longo do ano anterior e mostrando uma tendência de queda nos últimos dois trimestres, convergindo para o mesmo resultado do último trimestre de 2016 (15,6%).” A pasta salienta que é esperada “uma retomada do crescimento da economia de Pernambuco, estimada em 1,5%, superior à média nacional, estimada em 1,0%”.
Na nota, a Sempetq cita os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de 2017. “A estabilidade do nível de emprego foi mantida nos últimos seis meses de 2017, o que colocou o estado na primeira posição no ranking de geração de empregos, de julho a dezembro, com mais 24.821 mil novos postos, o que configura também uma expectativa positiva para o corrente ano”, traz o texto.
Fonte: G1 nordeste