Diante das constantes investidas criminosas contra bancos em Pernambuco, o governador do estado, Paulo Câmara, reconheceu, nesta quinta-feira (4), a reincidência desse tipo de crime, apesar do trabalho das polícias Civil e Militar para realizar as prisões dos assaltantes. Em relação ao assalto a duas agências bancárias em Tamandaré, na madrugada da quarta (3), o chefe da administração estadual não informou se os foragidos — que deixaram o local do assalto de lancha — foram identificados, mas garantiu que há equipes em busca dos criminosos.
“Infelizmente [esse tipo de crime] continua acontecendo apesar das inúmeras prisões que nós fizemos, mas não vamos descansar enquanto essas prisões continuarem ocorrendo”, assegurou o governador. Segundo Câmara, mais de quinze quadrilhas envolvidas em assaltos a bancos foram presas nos últimos seis meses.
Ainda de acordo com o governador, há um serviço de inteligência que tem trabalhado para evitar que esse tipo de crime volte a ocorrer no estado. “A gente tem que continuar a investigar e continuar a prender”, afirmou Câmara. De acordo com um levantamento feito pelo Sindicato dos Bancários de Pernambuco e divulgado em janeiro de 2017, foram registrados, ao longo de 2016, 346 casos de violência em agências bancárias de 56 dos 184 municípios de Pernambuco, número que equivale a 30,43% do total de cidades.
A declaração do governador foi dada durante solenidade para a autorização das ordens de serviço para as obras da primeira etapa do Sistema de Esgotamento Sanitário (SES) de Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. Segundo o governo do estado, houve o repasse de R$ 85 milhões para a obra. Na mesma ocasião, também foi anunciada a obra de recuperação de um trecho da PE-007 e da cessão do Centro Cultural Miguel Arraes de Alencar para o município que, nesta quinta (4), completa 424 anos.
Assalto em Tamandaré
De acordo com a Polícia Militar (PM), cerca de 20 homens armados chegaram ao quarteirão em que ficam duas agências bancárias, uma do Banco do Brasil e outra do Bradesco, por volta das 3h20 da quarta (3). O grupo colocou explosivos nos dois bancos e também na frente do antigo prédio da Companhia de Operações e Sobrevivência em Área de Caatinga (Ciosac), usado atualmente como alojamento para os policiais, buscando evitar a saída do efetivo.
De acordo com moradores da área, foram pelo menos 40 minutos de tiros e explosões. Ao fugir, o grupo espalhou grampos de metal na rodovia PE-73, para dificultar a aproximação de policiais. A quantia levada pelos assaltantes não foi informada. Durante a fuga, os homens abandonaram um veículo dentro do Rio Aricandá e fugiram em lanchas, em direção a uma praia no município de Sirinhaém, vizinho a Tamandaré.