O preço médio da gasolina nas bombas de postos do Brasil caiu na semana passada para seu menor nível, em quase três meses. Entre os dias 26 de fevereiro e 4 de março, o preço da gasolina teve queda de 0,45%, com o litro saindo a R$ 3,732. O menor valor anterior foi registrado na semana fechada em 10 de dezembro de 2016, quando a gasolina foi vendida por R$ 3,691 por litro.
Os preços do diesel e do etanol também retraíram, conforme dados divulgados nesta terça-feira, 7, pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A redução veio após a Petrobras anunciar por duas vezes a queda no valor da gasolina comercializada nas refinarias. No mês passado, a redução média divulgada foi de 4,8% no preço do diesel e de 5,4% na gasolina.
De acordo com o consultor na área de combustíveis e energia, Bruno Iughetti, a queda no preço dos combustíveis decorre do Plano de negócios da Petrobras, que avalia mensalmente dois pontos básicos: a valorização do dólar, bem como os preços praticados no mercado internacional. Com a valorização do real, acrescenta, “passamos a ser competitivos” frente aos demais países.
Tendo em vista que o “mercado internacional encontra-se em queda”, diz, o cenário a curto prazo é auspicioso. “Isso já é um dos fatores positivos pra que daqui a 30 dias a gente seja gratamente surpreendido por uma nova redução. Vai depender da relação do real frente ao dólar”. O que não significa, porém, que a companhia não possa voltar a aumentar os preços.
Repasse
Sem perspectiva de aumento de preços do combustível no mercado internacional, o especialista também espera, por consequência, um alívio no bolso do consumidor final. Especialmente, por ver que no Brasil os revendedores estão repassando às bombas dos postos os valores compatíveis com os praticados nas refinarias. “E o Ceará está seguindo a mesma tendência”, garante.
Ainda conforme Iughetti, o impacto final na bomba depende das revendas e das companhias distribuidoras. Estima que a redução respectiva de 4,8% e 5,4% nos preços no diesel e da gasolina nas refinarias caem para 2,8% a 3% quando chega à “ponta de linha (consumidor)”. “Isso porque tem toda uma cadeia de distribuição envolvida. Mas todos os elos, inclusive o revendedor, entenderam que devem obedecer a flutuação de preços da Petrobras”.
Não esquece que, em certos casos, “a ganância fala mais alto que a lógica (comercial)” e o repasse não ocorre ou quando vem, chega após um longo prazo. Entretanto, ao ofertar preços mais competitivos, os postos ganham por volume de vendas e alcançam o que mais desejam: ampliar suas margens de lucro. “E todos ganham”.